O Novo Bolivarismo Latino Americano
Ao longo do governo de Hugo Chaves, você já deve ter visto os inúmeros embates que foram travados entre a Venezuela e o mundo capitalista, principalmente os Estados Unidos.
Durante muito tempo a Venezuela, assim como todo o continente americano foi palco de inúmeras intervenções norte-americanas para se apossarem das riquezas daquele país.
Ao assumir a presidência da Venezuela, Hugo Chaves inaugurou uma política interna ditatorial e vitálicia e externa de oposição á internacionalização do capital, nacionalizando inúmeras empresas instaladas em seu país.
O Bolivarismo é uma política inspirada nos ideais de Simón Bolívar. Hugo Chávez, em particular, apresentou este movimento como uma continuação da velha cruzada de Simon Bolívar, El Libertador, quem há dois séculos dizia tentar libertar a América Latina das garras da dominação imperialista, mas que na realidade lançou as bases para a dominação imperialista durante séculos. Chávez chegou a ponto de entregar réplicas da espada de Bolívar para Morales, Correa e Ortega durante suas respectivas posses.
É interessante observarmos que essa política "esquerdista" tem se alastrado pela América Latina. Além da Venezuela, Evo Morales, na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Daniel Ortega, na Nicarágua e até mesmo o PT aqui no Brasil (apesar de reformado em suas idéias).
Hugo Chávez: o Bolívar do século XXI
A esquerda transformou Simon Bolívar em uma referência para a classe trabalhadora latino-americana, passando a inventar o "Bolivarismo" como um símbolo de toda uma suposta luta antiimperialista latino-americana.
Como dissemos acima, neste início do século XXI, o exemplo mais claro de sobrevivência e ressurgimento do Bolivarismo Bonapartista latino-americano está representado na figura do Coronel Hugo Chávez, presidente da Venezuela. Chávez, militar de carreira, protagonizou um golpe militar fracassado na Venezuela em 1992, sendo preso e libertado dois anos depois. Em 1998 foi eleito, pelo voto direto, presidente da República. Em 1999 criou uma nova Constituição mudando o nome do país para "República Bolivariana da Venezuela"
Desde então, ano após ano, Chávez vem aumentando seu poder. Em 2005, graças ao boicote às eleições promovido pelos partidos de oposição, ganhou a maioria total na Assembléia Nacional. Reeleito presidente em 2006, com 63 % dos votos, apesar de seu controle de 100% do Parlamento, aprovou no último dia 31 de janeiro a chamada "Lei Habilitante" que lhe concede poderes extraordinários, incluindo o direito de governar por decretos durante 18 meses. Em setembro de 2010 a oposição, por sua vez, elegeu 61 políticos. Pela primeira vez, em cinco anos, os partidos de oposição voltam ao cenário político venezuelano. Em 2005, a oposição boicotou as eleições alegando pressão, ausência de democracia e suspeitas de irregularidades de fraudes.
Várias vezes, já ameaçou a oposição com uma reforma constitucional que lhe permitiria infinitas reeleições, se perpetuando no poder de forma vitalícia.
Ao ser eleito pela primeira vez em 1998, Chávez prometeu acabar com a miséria que assola a maioria absoluta do povo venezuelano. Não obstante, de lá para cá, os pauperizados diminuíram somente de forma relativa no país: a pobreza, em geral, diminuiu de 49,9% da população em 1999 para 37,1% em 2005, e a chamada miséria absoluta passou de 21,7% para 15,9%. No entanto, esta mudança se deve à implementação de programas assistencialistas promovidos por Chavez nestes últimos anos e não a um aumento significativo da renda dos trabalhadores. De fato, os níveis de desemprego em 2005 são maiores do que quando assumiu o governo em fevereiro de 1999 (11,3% em 1999 contra 12,4% em 2005). De qualquer forma, pelo menos 53% da população total do país continua vivendo ou na pobreza ou na miséria absoluta (os dados são da CEPAL—Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe).
Além disso, o relativo sucesso dos programas assistencialistas de Chávez deve-se em grande parte às riquezas naturais do subsolo venezuelano, sobretudo, do petróleo. Por isso, o seu governo vem realizando processos de renegociação dos contratos com as corporações estrangeiras de energia, apresentando estas negociações como "nacionalizações". Desta forma, a empresa petroleira PDVSA—Petróleos de Venezuela SA— passou a ter 51% das ações da empresa sob controle do estado, ficando os outros 49% sob controle do capital privado (predominantemente estrangeiro). De acordo com presidente bolivarista, o maior inimigo do povo da Venezuela seria o imperialismo norte-americano, porém, este inimigo, ao mesmo tempo, se constitui no maior parceiro comercial do governo de Chávez, sendo o principal comprador do petróleo venezuelano.
Exercite seus conhecimentos:
Sobre as relações atuais entre a Venezuela e os Estados Unidos, assinale a alternativa correta.
a) Os dois governos são aliados políticos e parceiros comerciais.
b) As relações diplomáticas entre Washington e Caracas vêm se fortalecendo.
c) Hugo Chaves preocupa a Casa Branca.
d) Com a suspensão do embargo contraCuba, as relações com Caracas devem melhorar.
e) Com a eleição do presidente Hugo Chaves, a Venezuela passou a ocupar um papel de liderança econômica na América do Sul.
Resposta Correta Opção C
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